• Natural de Santa Catarina, o cartunista, artista plástico e muralista Paulo Stocker, tornou-se conhecido mundialmente. Com mais de 30 anos de carreira, o cartunista constitui personagens e gambiarras simples e monocromáticos, que nos remetem ao autoconhecimento e passam a ideia de movimento, sem que sejam necessárias legendas.  Exemplo disso é o (nosso querido) personagem “Clovis”, apresentado em diversos pontos da baixa Augusta de São Paulo. A Aspas e Vírgulas bateu um papo para apresentar um pouquinho mais desse artista multifacetado para vocês!

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A&V:  Paulo, hoje você é um cartunista consagrado com trabalhos divulgados, dentre outros veículos, na Caros Amigos, Pasquim 21 e Jornal do Brasil. Mas conta pra gente: Como foi o começo na profissão?

P: Em jornais locais da minha cidade natal, Brusque, SC.

A&V:  De onde vem à inspiração para seus personagens, como Clóvis, por exemplo?

P: Do teatro de sombras, da rua augusta, das pessoas que convivo. Do homenzinho que comanda exércitos e dos invisíveis que limpam nossas ruas.

A&V:  Você já lançou dois livros. O “Stockadas” em 2006 pela via lettera e o “Tulípio” de 2010 em coautoria com Eduardo Rodrigues pela Editora Devir. Como foi o processo de criação e produção desses livros?

P: No Stockadas eu tive a maldição do primeiro livro, perdi todos os arquivos e acabei editando outro. Meu primeiro fracasso. E o Tulípio foi meu primeiro sucesso de crítica e de público. O público adorava e o Eduardo, criador do personagem e o responsável pelos textos, foi entrevistado pelo Jô.

A&V:  A sua página no Facebook conta com mais de 63 mil likes. Para você, qual a importância das redes sociais para os artistas hoje?

P : Essa página veio depois que paramos de fazer o Túlipio, passei um tempo com o blog que me dava capa do UOL e depois montei a página no facebook onde até ganhei o selo de qualidade.

A&V:   Suas obras possuem vínculos com cenas da cidade de São Paulo. Aliás, você já pintou muros e painéis, inclusive na Rua Augusta. Como é adaptar sua arte para as ruas?

P: Eu sou de uma geração que rompeu com os limites entre um suporte e outro, papel ou paredes podem dialogar, o Clovis é uma síntese disso.

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A&V:   Quais foram as principais dificuldades enfrentadas por você durante a profissão e quais conselhos daria para jovens cartunistas?

P: As principais dificuldades é você ser tão apaixonado pela arte que não tem tempo de fazer o social.

A&V:  O que diria aos jovens? Você é aquilo que consome. E isso vai moldar sua maneira de ver o universo.

P: Eu na verdade gosto de escrever com desenhos. Não sou bom com as palavras.