Título: Os Conflitos de Grace
Autora: Susie Orman schnall
Editora: Jangada
Edição: 1/2017
Páginas: 29
Avaliação:
Sinopse:
Num clima que remete às obras de Elena Ferrante e ao clássico best-seller Comer, Rezar e Amar, Susie Orman Schnall nos conta a história de Grace May. Ela está para completar suas “40 primaveras” dentro de poucos meses. Seus filhos estão na escola, ela tem a perspectiva de um trabalho estimulante como redatora de uma revista e mal pode esperar para redescobrir a mulher atraente e profissional que existe dentro dela, enterrada sob o papel de esposa e mãe por tantos anos. Mas, de repente, sua vida sofre uma reviravolta e ela se vê novamente sem emprego e a ponto de perder tudo: o casamento, a melhor amiga e sua autoestima. Uma história sobre a coragem e a determinação de uma mulher para redescobrir a si mesma.
Resenha:
Os Conflitos de Grace traz a história de Grace May, uma mulher prestes a completar 40 anos, casada, com dois filhos pequenos, alguns conflitos pessoais e uma incerteza que rege quase todas as mulheres que são mães: o mercado de trabalho.
Pode parecer uma questão boba para quem não tem filhos, mas para uma mãe o mercado de trabalho se torna uma incógnita pós nascimento dos filhos. “Devo parar de trabalhar e me dedicar integralemente ao meu filho?”; “Deve colocar meu filho em uma creche ou contato uma babá?”.
Grace fica alguns longos anos longe do mercado de trabalho e quando decide que é a hora de voltar se vê em torno do outro dilema que é estar desatualizada ou por não conseguir um emprego que consiga conciliar os filhos e a profissão. Outro ponto, alías, que as mulheres sofrem. As empresas estariam prontas de verdade para encarar profissionais mães? Mulheres que muitas vezes precisam sair mais cedo ou faltar por conta dos seus filhos? Que precisam de uma licença maternidade de seis meses?
Após duas negativas de entrevistas realizadas, Grace se vê em meio ao um outro conflito em sua vida amorosa. Seu marido Darren, um pai amoroso e profissional dedicado, teve um caso com uma garçonete em uma viagem de negócios.
A traição do marido e a tentativa de voltar ao mercado de trabalho são as duas vertentes principais do livro. A narrativa é um pouco lenta e por consequência o desenrolar da trama também.
Grace representa bem o papel da mulher moderna e seus conflitos são absolutamente atuais. Insegura consigo mesma, preocupada com seus filhos, casa e marido, se esquece de olhar e cuidar de si mesma. E a coisa só piora depois da traição de Darren.
A comunicação entre os personagens me incomodou um pouco. Eles se falam por email, mas a história se passa em 2014, ano que já tínhamos o celular, mensagens de texto e WhatsApp. E em uma das cenas, Grace diz ao filho que ele poderá alugar um filme na locadora (???). Não consegui entender a ideia da autora por essa escolha.
Em geral o livro me agradou e me fez pensar mais sobre a relação “Mãe X Mercado de trabalho”. Tive uma identificação direta com essa parte justamente por ser mãe e por ter pensado em diversas vezes largar tudo e cuidar do meu filho.
Outro ponto sobre maternidade acontece com uma amiga de Grace, a médica Cameron, que quer ser mãe e não consegue. A questão da adoção, de ser mais velha, tudo isso é discutido nesse núcleo. Extremamente pertinente essa discussão.
Um livro para refletir o papel de uma mãe em uma família, em um lar, em uma sociedade.