O que temos observado em muitos livros que recebemos para editar é que os autores escrevem sem escrever. Como assim?
Quando idealizamos um livro, devemos obrigatoriamente já pensar em sua história como um todo, e nesse caminho quando vamos passar para o papel (escrever efetivamente) os autores esquecem de escrever as conexões, as ideias que estão claras para eles, mas não para os leitores.
Muito comum, por exemplo, autores de fantasia criarem mundo e criaturas, mas que nós não fazemos a mínima ideia do que sejam, porque obviamente elas não existem. E ai ele escreve: “Eis que a fera Madeneu avança com suas garras e me ataca”. Ora, que diabos é um Madeneu? De onde ele vem? Para onde ele vai? Essa figura está tão clara na mente de um autor que ele não se atenta em explicar para o leitor.
Uma das táticas mais simples e certeiras para se escrever qualquer texto é partir do pressuposto de que o outro lado não entende nada do seu assunto. Então será preciso de forma inteligente detalhar e explicar a ideia/conteúdo do que quer passar.
Digo de forma inteligente, porque não adianta tratar o outro como um idiota e usar adjetivos excessivos ou o diminutivo para deixar o texto charmosinho, redondinho, bonitinho, explicadinho.
Explicar um assunto é ter certeza que o outro entenderá a mensagem e não subestimar o poder de interpretação.
Livro, de qualquer gênero, sempre passa uma mensagem, uma ideia. Este recado tem endereço e por vezes o fracasso está diretamente ligado ao não entendimento do recado.
Pegue pelo mais, o menos pode virar menas, ai complica…